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- Escrito por Ricardo de Paula Meneghelli
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Categoria: Os Fundamentos
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Este é outro ensino fundamental que Satanás tem procurado anular distorcendo e confundindo. Mas ele não conseguirá, pois o vitorioso sempre é o Espírito Santo, que tem sido conhecido e experimentado cada vez mais. Deus tem derrubado barreiras e tradições humanas para que o seu povo possa conhecer esta tremenda experiência de revestimento e poder. As mentiras e enganos do diabo são anuladas pela Bíblia.
O Batismo no Espírito Santo é uma experiência simples, é para todos os filhos de Deus e deve ser encarado de forma prática. Não adianta saber tudo sobre o Espírito Santo e não ter uma experiência com Ele .
O Espírito Santo
Antes de falarmos sobre o batismo no Espírito Santo, vamos conhecer quem é o Espírito Santo:
O nosso Deus, o Deus em quem nós cremos, é um Deus Triuno, ou seja, um único Deus em três pessoas inseparáveis. (o Altíssimo, Aquele que nos fez, o Grande Eu sou, onisciente, onipotente, onipresente)
2 Co 13:13 “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.”
Jd 1:20 “Mas vós, amados, edificando-vos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.”.
(Veja Também 1Pe1:2)
Um único Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
Simbologia:
Muitas vezes o Espírito Santo aparece na bíblia representado por um símbolo, por exemplo: (fogo Lc 3:16, vento At 2:2, água, rio, chuva Jo7:37-39, óleo Zc4:2-6, selo Ef 1:13, pomba Mt 3:16). Porém, o Espírito Santo não é nenhum desses símbolos. Ele apenas aparece representado por eles nestas passagens.
O Espírito Santo é Deus
Alguns fazem uma tremenda confusão, dizendo que o Espírito Santo é uma energia cósmica, um anjo, uma substância nebulosa, uma nuvem que paira sobre a cabeça dos cristãos e muitos outros enganos. Isso porque não O conhecem, não dependem Dele, não dão espaço para Ele, andando, dessa maneira, por tantos caminhos errados e caindo em tantas contradições.
Mas a verdade é apresentada pela Palavra de Deus. Nela vemos que o Espírito Santo é Deus, do mesmo modo que o Pai e que o Filho:
- Ele é Eterno (Hb 9:14).
- Ele é Onipresente (Sl 139:7-10).
- Ele é Onisciente (1Co 2:10).
- Ele é Onipotente (Lc 1:35).
O Espírito Santo é uma pessoa
Jesus quando fala sobre o Espírito Santo o apresenta como uma pessoa, alguém semelhante a Ele, que estaria conosco para sempre:
Jo 14:15 - “Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador a fim de que esteja convosco para sempre”. Nesse texto, a palavra usada para “consolador” vem do grego parakletos, que significa alguém semelhante, que fica ao lado, junto. Esta palavra traz o sentido de aconselhador, exortador, intercessor, estimulador, consolador, fortalecedor.
O Espírito Santo tem todas as características de uma pessoa: Ele ama Rm15:30, fala Ap2:7 Hb3:7, ensina 1Co2:13, se entristece Ef4:30, auxilia 2Tm1:14, intercede por nós Rm8:26-27, tem vontade própria 1Co12:11, podemos ter comunhão com Ele 2Co13:13.
O Espírito Santo no Antigo Testamento
O Espírito Santo está presente na obra de Deus desde sempre até hoje. Só no Velho Testamento aparece em mais ou menos 88 citações, como por exemplo: Gn 1:2;26, Nm 11:16;24-30, Dt 34:9, Jz 6:34, I Sm 16:13, Ez 36:26-27, Ez 37:1-5.
No V. T. eram manifestações fortes, repentinas e sobrenaturais, capacitando uma pessoa para uma determinada tarefa e depois o Espírito se retirava. Mas Senhor diz que derramará do seu Espírito sobre toda carne, sobre todo seu povo, dando a eles um novo coração e finalmente vindo habitar dentro de cada um. Joel viu a transição de um período para outro:
Jl 2:28-29 "Acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos anciãos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões; e também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito."
A obra de Jesus e a promessa do Espírito Santo
Logo no início do Novo Testamento vemos o Espírito Santo operando em Maria, em João Batista e no próprio Jesus. Jesus era um homem com um corpo de carne e osso, como o nosso. Ele sentia fome, sede, frio, se cansava, chorava, se alegrava, sentia dor, etc. Jesus era Deus e é Deus, mas enquanto esteve em carne, ele não operava nem agia segundo a sua divindade, tinha se esvaziado Fp2:6-8. O Verbo se fez carne, se fez homem, e como homem dependia do Espírito Santo para pregar, curar, orar, etc. Tudo que Ele fez e ensinou foi pelo poder do Espírito Santo.
At 10:38 "...concernente a Jesus de Nazaré, como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder; o qual andou por toda parte, fazendo o bem e [curando a todos ]os oprimidos do Diabo, porque Deus era com ele."
Lc 3:21-23 “Quando todo o povo fora batizado, tendo sido Jesus também batizado, e estando ele a orar, o céu se abriu; e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se do céu esta voz: Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo. Ora, Jesus, ao começar o seu ministério, tinha cerca de trinta anos; sendo (como se cuidava) filho de José, filho de Eli”.
Depois disso Ele começa a ensinar, curar, operar milagres e fazer discípulos. Ele prometeu envia o Espírito Santo sobre todos que cressem no seu nome:
Jo 7:38-39 “Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva. Ora, isto ele disse a respeito do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado.”
Jo 14:15-20 “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. a saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós. Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais; mas vós me vereis, porque eu vivo, e vós vivereis. Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.”
Jesus então se entregou por nós, tomou sobre si os nossos pecados e morreu na cruz. Ao terceiro dia Ele ressurgiu dentre os mortos, RESSUCITOU e esteve com os discípulos por 40 dias. Nesse período, Ele disse a eles para esperarem em Jerusalém até que fossem revestidos com o poder do Espírito Santo:
Lc 24:44-49 “Depois lhe disse: São estas as palavras que vos falei, estando ainda convosco, que importava que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e disse-lhes: Assim está escrito que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse dentre os mortos; e que em seu nome se pregasse o arrependimento para remissão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai porém, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.”
At 1:3-8 “Aos quais também, depois de haver padecido, se apresentou vivo, com muitas provas infalíveis, aparecendo-lhes por espaço de quarenta dias, e lhes falando das coisas concernentes ao reino de Deus. Estando com eles, ordenou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias. Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntavam-lhe, dizendo: Senhor, é nesse tempo que restauras o reino a Israel? Respondeu-lhes: A vós não vos compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai reservou à sua própria autoridade. Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.”
O Cumprimento da Promessa
Os Discípulos então permaneceram em Jerusalém juntos, orando, unânimes. Eram cerca de 120 pessoas, quando no dia da festa do Pentecostes, algo aconteceu:
At 2:1-6 “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído, como que de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E lhes apareceram umas línguas como que de fogo, que se distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma. E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Habitavam então em Jerusalém judeus, homens piedosos, de todas as nações que há debaixo do céu. Ouvindo-se, pois, aquele ruído, ajuntou-se a multidão; e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.”
Quando as pessoas viram o que estava acontecendo, ficaram todos perplexos e perguntavam: “...que quer dizer isso? “. Então Pedro se levantou e disse que era o cumprimento da profecia de Joel (Jl 2:28-29 / At2:14-21), por causa da ressurreição e exaltação de Jesus (At 2:32-33) e encaminhou os que creram para a porta do Reino (At2:38)
Quais As Bases Bíblicas Do Batismo Com O Espírito Santo?
- João Batista falou que Jesus batizaria com o Espírito Santo (Mt 3.11).
- O próprio Jesus fez esta promessa (At 1.4,5,8).
- Esta foi a experiência dos apóstolos (At 2.1-4).
- Pedro disse que esta promessa era para todos os chamados por Deus (At 2.38). Alguns dizem que esta experiência foi só para o tempo dos apóstolos, que hoje Deus não age mais assim. Mas isto não está escrito em nenhum lugar da Bíblia. O Espírito Santo é que dá poder. É o “motor” da igreja. Se Deus nos tirasse o motor a igreja ficaria parada. A verdade é que a promessa é para todos os chamados de Deus.
- Esta foi também a experiência de Cornélio e outros na sua casa (At 10.44-47).
Quando os que se convertiam não tinham esta experiência, os apóstolos os guiavam a isto (At 8.14-17 os samaritanos; At 9.17 Paulo; At 19.1-7 os efésios). Estes textos, junto com At 2:38, desfazem dois enganos muito comuns na igreja.
1º - Engano:
Os grupos tradicionais costumam rejeitar a ideia ensinada pelos grupos pentecostais, de que há uma experiência a mais, além da conversão, chamada “Batismo com o Espírito Santo”. Para isso, se apoiam, e com muita razão em At 2:38, dizendo que se o homem cumpre as duas condições (arrependimento e batismo), o terceiro ingrediente ( o dom do Espírito Santo) é dado automaticamente pelo Senhor, visto que é uma promessa, e Deus não pode falhar. Eles dizem: “Todo aquele que creu e se batizou já tem o dom do Espírito Santo, não necessita outra experiência”.
Entretanto, esta argumentação tropeça nos textos de At 8: 14-17 e 19. 1-7. Se fosse assim, como Paulo perguntaria aos efésios se receberam o Espírito Santo quando creram? E como explicar o fato dos samaritanos já batizados no nome de Jesus não terem recebido o Espírito Santo?
2º Engano:
O grupos pentecostais apoiados nos textos acima, pregam corretamente que há uma experiência a mais. Há algo além de se arrepender e ser batizado. Entretanto, geralmente acrescentam At 1: 4 (“esperassem a promessa”), e falam da “espera”, dando a entender que este dom deve ser esperado, buscado e até suplicado. Este ensino vai para o outro extremo, porque ignora que o dom do Espírito Santo já foi dado a todos os que creram (At 2: 38-39), porque Jesus já foi glorificado (Jo 7: 39).
Onde está o ponto de equilíbrio? Está em entender que por um lado o dom do Espírito Santo já foi dado a todos os que creram , e que portanto não necessitamos esperar nem buscar aquilo que Deus já nos deu. Mas, por outro lado, quando alguém se converte ao Senhor, ele deve ser instruído a respeito deste dom, receber imposição de mãos, e se apossar da promessa de tal maneira que ela seja evidente, palpável e consciente (At 2: 4; 8: 17-18; 10: 44-47; 19: 2,6). Não é uma busca e uma espera, mas também não é algo automático e inconsciente.
Se não é automático, por quê dizemos que está na porta? Acontece que, não é automático mas deve ser imediato. Não é necessário esperar dias, meses ou anos. Faz parte da porta. É para ser experimentado no início de nossa vida com Jesus. Na verdade, deveria ser no mesmo dia em que nos batizamos em Cristo Jesus.
Ilustração: Alguém recebe uma caixa de presente no seu aniversário. Ele não sabe que essa caixa contêm três objetos. Pega os dois primeiros, fica maravilhado e dá graças a Deus. Entretanto não vê o terceiro objeto na caixa, e a fecha colocando a de lado. Depois começa a orar a Deus pedindo justamente o objeto que está na caixa e ele não sabe. Ou seja, já lhe foi dado o presente, mas ele não tomou posse, não o recebeu por ignorância. Quando ele for devidamente informado, então via abrir a caixa, e “receber” aquilo que “já lhe fora dado”.
Na verdade, quando alguém crê no Senhor e se batiza, recebe o Espírito Santo. Mas esta é a habitação do Espírito. O Espírito vem morar em seu interior. Todos os que creem tem o Espírito Santo habitando em seu interior. Nascem de novo (1Pe 1: 23; Tg 1: 18; Jo 3: 3-6). Mas aqueles que já têm a habitação do Espírito Santo devem agora receber o revestimento de poder que é o dom do Espírito Santo.
O que é o Batismo com o Espírito Santo?
Há vários termos diferentes que Jesus, João Batista e os apóstolos usaram para se referir a esta experiência:
- Batismo com o Espírito Santo (Mt 3.11; At 1.5).
- Receber o dom do Espírito Santo (At 2.38; 10.45).
- A promessa do Pai (Lc 24.49; At 1.4; 2.33,39).
- Ficar cheio do Espírito Santo (At 2.4).
- Receber o Espírito Santo (At 8.17; 10.47).
- Caiu o Espírito Santo (At 10.44; 11.15).
- O Espírito Santo derramado (At 2.17,18,33; 10.45).
Este batismo é um dom, isto é, um presente. Não é um prêmio. Um prêmio é dado para alguém que merece; um presente não tem nada a ver com merecimento. A virtude é daquele que dá e não daquele que recebe.
Também é uma experiência definida e pessoal. Aquele que recebe fica consciente disto (At 19.2). É um revestimento de poder (Lc 24.49). É a capacitação para ser uma testemunha de Cristo (At 1.8).
O batismo com o Espírito Santo não é tudo, não é um atestado de maturidade. Isto explica porque muitas vezes encontramos irmãos que pregam e ensinam com unção, ou outros que são usados com manifestações de poder e de milagres, mas quando vamos conhecê-los na intimidade nos decepcionamos com suas vidas. Seu relacionamento em casa com a esposa e filhos e na igreja como os irmãos, não demonstra o caráter de Cristo. O batismo com Espírito Santo não opera nenhuma mudança no caráter. Isto requer um contínuo esvaziamento, uma contínua operação da cruz de Cristo, um quebrantamento contínuo que vem pela aceitação das determinações de Deus em nossas vidas, com louvor e ações de graças (Ef 5: 18-20). Já o batismo com o Espírito Santo, é uma capacitação para fazer a obra (At 1: 8).
O Ser cheio do Espírito como uma manifestação do caráter de Jesus, você vai aprender mais adiante, em outra apostila. Nesta apostila vamos ficar só como o aspecto do Batismo com o Espírito Santo. Esta experiência é para o início da vida cristã. É necessário ser recebida logo que se entra no Reino de Deus, pois só assim os novos discípulos estarão capacitados para o serviço a Deus. Isto nos leva a próxima pergunta:
O Batismo com o Espírito Santo é a mesma coisa que ser Cheio do Espírito?
Quando a Bíblia fala de ser cheio do Espírito, nem sempre está falando de uma mesma experiência. Quando lemos o Novo Testamento na língua em que foi escrito (o grego), vemos ali duas palavras diferentes que descrevem experiências diferentes, mas que são traduzidas para o português como se fossem uma experiência só: “o enchimento do Espírito”.
A primeira palavra é “PÌMPLEIMI”, que aparece em textos como Lc 1.15 João Batista; Lc 1.41 Isabel; Lc 1.67,68 Zacarias; At 2.3,4 Pentecostes; At 4.8 Pedro; At 4.31 os discípulos; At 9.17 Paulo; At 13.9-11 Paulo novamente. Esta palavra significa “ficar cheio”, mas dá a entender que antes não estava cheio. É uma experiência repentina e momentânea, mas não uma continuidade. É dada para cumprir um determinado trabalho. É revestido de poder para testemunhar, para profetizar, para fazer a obra de Deus.
A outra palavra é “PLEIROS”, que aparece nos textos de Lc 4.1 Jesus; At 6.3 os diáconos; At 7.55 Estêvão; At 11.24 Barnabé; Ef 5.18 a ordem para se encher do Espírito. Esta palavra significa “ser cheio”, mas não como uma experiência do momento, e sim como uma continuidade. Não está relacionada com uma obra a fazer mas sim com a vida.
Os textos onde aparecem a primeira palavra (PIMLEIMI), dão a idéia de ser enchido “de fora para dentro” (o que combina com as palavras “caiu” e “derramado”). A outra palavra (PLEIROS), dá a entender um enchimento de dentro para fora.A primeira é um derramamento, a segunda é um trasbordamento.
- A primeira nos dá poder, a segunda nos enche de vida.
- A primeira é para testemunhar falando de Cristo, a segunda é para mostrar o caráter de Cristo.
- A primeira nos capacita para manifestar os dons do Espírito Santo descritos em 1Co 12.7-11, a segunda nos capacita para manifestar o futuro do Espírito descrito em G1 5.22, 23.
- A primeira é uma experiência definida. A segunda é um processo de crescimento.
Mas a maior diferença é que a primeira se recebe na porta, sem nenhuma condição além do arrependimento e do batismo, e a segunda requer um contínuo esvaziamento, uma contínua operação da cruz de Cristo, um quebrantamento, contínuo que vem pela aceitação das determinações de Deus em nossas vidas, com louvor e ações de graças (Ef 5.18-20).
Este discernimento é importante para entender que em Ef 4.18 Paulo está falando de outra coisa diferente do batismo com o Espírito Santo. O batismo com o Espírito Santo não é tudo, não é um atestado de maturidade. Isto explica porque muita vezes encontramos irmãos que pregam e ensinam com unção, ou outros que são usados com manifestações de poder e de milagres, mas quando vamos conhecê-los na intimidade nos decepcionamos com suas vidas. Seu relacionamento em casa com a esposa e filhos e na igreja com os irmãos, não demonstra o caráter de Cristo. A explicação é que estes irmãos são cheios “de fora para dentro”, um enchimento momentâneo para fazer uma determinada obra. Este revestimento não opera nenhuma mudança no caráter, é para fazer uma obra, e quando a obra termina o revestimento se vai.
Este aspecto, de ser cheio do Espírito como uma experiência de transbordamento, você vai aprender mais adiante, em outra apostila. Nesta apostila vamos ficar só com o primeiro aspecto: o derramamento do Espírito. Esta experiência é para o início da vida cristã. Está na porta do reino. Isto nos leva a próxima pergunta:
Para receber o Dom do Espírito Santo é necessário falar em línguas?
Da lista de manifestações do Espírito Santo aparece em 1Co 12.7-10, a única que não aparece no Velho Testamento é o falar em línguas. Tudo indica que Deus reservou este dom para o derramamento do Espírito, porque só no pentecostes que ele surgiu.
No pentecostes eles falaram em línguas (At 2.4). Na casa de Cornélio eles falaram em línguas (At 10.46). Em Éfeso eles falaram em línguas (At 19.6). Em Samaria não diz o que aconteceu, mas houve alguma manifestação exterior, visível (At 8.17,18). Sobre Paulo é que não fala nada (At 9.17), mas em 1 Coríntios vemos que ele falava em línguas.
Não há nenhum texto que fale claramente que só recebe o dom do Espírito Santo quem fala em línguas. Não há nenhum ensino de doutrina sobre isto; só temos descrição de experiências. Por isso nós devemos estar abertos para aceitar que alguém seja batizado no Espírito Santo sem ter falado em línguas. Mas diante das evidências apresentadas no livro dos atos dos apóstolos devemos considerar como exceção e não como regra. Também é bom salientar que os casos que conhecemos, de irmãos que só depois de algum tempo de batizados com o Espírito Santo, manifestaram o dom de línguas.
Como receber o Batismo com o Espírito Santo?
Voltamos a salientar que esta experiência é para o início da vida cristã. Alguns irmãos creem que é necessário ficar esperando. Supostamente baseados nas palavras de Jesus em Lc 24.49 e At 1.4. Mas Jesus mandou esperar porque o Espírito Santo ainda não havia sido derramado. Hoje já não é necessário esperar, pois o Espírito já foi enviado porque Jesus já foi exaltado (ver Jo 7.38,39). ALELUIA! Que é necessário então?
Nunca esquecer que esta é uma promessa, mas também é um mandamento (At 1.4). Não é opcional. Todo discípulo deve receber este dom.
Primeiro é necessário ouvir com fé e crer na promessa de Deus (Gl 3.2,14).
Pedir com fé (Lc 11.9-13; Mc 11.24; Tg 1.6,7). Depois de pedir não é para ficar esperando, mas é para receber o dom dando graças, louvando e falando em línguas.
É importante orar pelos novos discípulos impondo as mãos comunicando o dom do Espírito Santo para que receba com fé, confiando que o Espírito Santo vai revesti-lo com poder.