Para Memorizar

Jesus teve uma vida perfeita e irrepreensível (1Pe 2:22)

Essas duas palavras historicamente antagônicas, estão profundamente relacionadas , principalmente no que tange o acesso do homem à Deus.

Na bíblia, a palavra “fé” é a tradução de pistis, termo grego que caracteriza a disposição interior de uma pessoa confiar em outra (fé), e também a virtude de alguém em quem se pode confiar (fidelidade). O termo combina os dois conceitos, de maneira que, quando aplicado a Deus, envolve tanto confiar nele como ser fiel a ele. A fé gera um comprometimento daquele que crê, com a vontade de Deus, pela fidelidade.

Razão, no sentido abordado nesse estudo, é a faculdade de conhecimento intelectual humano, a capacidade de pensar e raciocinar por meio de argumentos e de abstrações.

Assim, podemos dizer que a fé se apoia no princípio da confiança, e a razão se apóia no raciocínio. Esses dois princípios são parâmetros de escolha e decisão para o ser humano. podemos chegar a uma conclusão por meio do raciocínio lógico ou pela confiança em algum fato.

Por exemplo: quando estamos dirigindo um carro, nosso raciocínio está em constante operação enquanto observamos as ruas, os sinais de trânsito, os outros carros e os pedestres. Estamos decidindo a todo momento o que fazer e para onde ir. Por outro lado, a confiança também está em ação, pois confiamos que a pisarmos no pedal do freio o carro vai parar, ao virarmos o volante o carro corresponderá ao movimento, e assim por diante.

  • A razão se apoia na avaliação das informações e do conhecimento acumulado.
  • A confiança (em algo) se apoia na capacidade que do objeto tem de realizar sua função.

Se aplicarmos esses dois conceitos ao nosso relacionamento com Deus, perceberemos que o primeiro o limita e o segundo o exalta. Isso acontece pelo fato da razão humana se apoiar no conhecimento humano, que desde a origem da humanidade foi corrompido pelo fruto da árvore proibida, comprometendo a capacidade humana e pensar e avaliar corretamente as questões espirituais.

Deus criou o homem como um ser pensante, capacitado a usar plenamente seu poder intelectual em conformidade com a vontade divina. Quando, porém, o homem comeu do fruto do conhecimento do bem e do mal (o qual Deus ordenou que ele não comesse), ele trouxe para si um terrível problema: o conhecimento do mal corrompeu o seu conhecimento humano e afetou a base para o raciocínio. O caminho do homem passou a ser o caminho da razão, o do entendimento, o do intelecto, o de conhecer o certo e o errado e , baseado no seu próprio julgamento, independente de Deus, escolher o que melhor lhe satisfaz. Por isso o uso exagerado do raciocínio nas questões espirituais é de pouca valia e até mesmo confunde os resultados. É impossível conhecer a um Deus santo e infinito por meio do raciocínio lógico humano limitado e corrompido. É impossível chegar a Deus por esse caminho.

Por outro lado, a fé se apoia na confiança de que Deus é bom e capaz de realizar todas as suas promessas. Ao passo que a razão se apoia na capacidade intelectual humana, a fé se apoia na capacidade de Deus ser o que ele é.

“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.” (Hebreus 10:19-20)

Este novo e vivo caminho apela para nossa fé e não para nossa mente, pois diz “…em plena certeza de fé”, e não de entendimento. Aqueles que querem se relacionar com Deus, que desejam intensamente sua presença, podem ter comunhão com Deus pela fé na preciosa obra que Cristo realizou.